Itaquerão: Queda mata operário


Infelizmente mais um trabalhador é vítima da falta de segurança cometida por diversas organizações, F.H.C. de 23 anos morreu no dia 31 de março de 2014, realizando trabalhos elevados na construção da arquibancada móvel a ser instalada do estádio de futebol do Corinthians.
Existem divergências sobre as declarações de que o funcionário estava usando seus EPI no momento do acidente, provavelmente estava usando, o que ainda não sabemos é se o uso era de maneira correta,  o que evitaria a fatalidade, em breve a perícia deverá comprovar através de uma análise do equipamento.
O advogado da empresa responsável, se defende como pode do ocorrido, fato esse de difícil justificativa, mesmo com toda a documentação apresentada pelo mesmo em tentativa de proteger o empregador (Diálogo Diário de Segurança, Atestado Médico de Saúde Ocupacional e Certificado de capacitação de Trabalhos em Altura NR-35), as coisas ainda não estão bem esclarecidas.
Outros trabalhadores no local disseram aos repórteres que: "o rapaz caiu quando tentou içar o gancho do mosquetão do cinto se segurança. Ele teria atirado o gancho, que não se prendeu, e por isso acabou se desequilibrando com o movimento do corpo. Como não estava preso, caiu.



Após o ocorrido o Ministério do Trabalho interditou o local exigindo providencias importantes que previamente aplicadas poderiam ter evitado o acidente com o colaborador que antes de falecer no Hospital Santa Marcelina ainda foi socorrido pela equipe do ambulatório da Odebrecht e, tragicamente ao final da tarde atestado o óbito por traumatismo crânio-encefálico e politraumatismo.
Abaixo o documento oferecido pelo MTE onde se faz necessário discutir algumas questões:



Esse Relatório do auditor fiscal deixa claro a importância de uma série de medidas, primeiramente e a mais importante se trata da AR - Análise de Risco, precedida pela PT - Permissão de Trabalho, ambos contidos como obrigatórios na NR-35. 
Outra com grau de importância semelhante está o Plano de Emergência, esse juntamente com as anteriores já evitariam o acidente, porém não paramos por aí, o MTE não deixou escapar os EPC - Equipamentos de Proteção Coletiva, que certamente são ignorados ou substituídos pelos EPI - Equipamentos de Proteção Individual, o que na verdade devem ser a última opção, quando todas as outras formas de eliminação e controle do risco estiverem esgotadas.
Não foi isso que ouvimos do nobre advogado Rechlski, que se baseou apenas na capacitação e no uso dos EPI.
Enfim, isso retrata a importância da PT, hoje não aplicada por grandes organizações, pois tal medida tem como caráter principal impedir que atividades perigosas seja executada, o que não é interessante para aqueles que visam o lucro acima da vida humana.


               Marcelo Ferreira
Consultor em Segurança do Trabalho






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